Mosteiro da Batalha – uma batalha por uma promessa
Mosteiro da Batalha – uma batalha por uma promessa

Mosteiro da Batalha – uma batalha por uma promessa

MOSTEIRO DA BATALHA

e suas curiosidades…

Aqui, contarei histórias curiosas sobre este mosteiro em Portugal, situado na vila de Batalha, a cem quilômetros de Lisboa e a vinte quilômetros de Fátima o Mosteiro da Batalha.

Este lugar impressiona tanto por suas dimensões quanto por seus relatos fascinantes.

Em primeiro lugar a curiosidade está na motivação por trás de sua construção. O rei de Portugal, D. João I, ergueu o mosteiro para cumprir uma promessa, que jurou à Virgem Maria que, se vencesse a batalha de Aljubarrota, construiria um mosteiro em sua honra.

Nesse ínterim, Portugal enfrentava uma batalha contra os castelhanos para manter o reino português independente da coroa de Castela.

Enfim a vitória aconteceu em 14 de agosto de 1385.

O MOSTEIRO

Sobretudo o Mosteiro de Santa Maria da Vitória tem uma história rica e fascinante. A principio a construção do mosteiro começou em 1387, sendo doado aos monges em 1388 e concluído no século XVI.

Uma curiosidade interessante envolve D. João I, que teria escolhido o local da construção no campo de batalha. Conta a lenda que, após disparar uma flecha, ele declarou que o mosteiro seria erguido onde a flecha caísse.

Afinal esse monumento é um exemplo proeminente do gótico tardio português e marca o início do estilo manuelino. A UNESCO declarou pela sua beleza e importância histórica como Patrimônio da Humanidade em 1983, além de considerá-lo uma das 7 Maravilhas de Portugal em 2007.

FACHADA PRINCIPAL E EXTERIOR

Diante da fachada principal fiquei estarrecida de tanta beleza. O trabalho foi de responsabilidade do mestre arquiteto irlandês David Huguet.

No portal estão esculpidos os doze apóstolos em seus pilares, além de anjos, profetas, reis de Israel, santos e santas, Cristo e os quatro evangelistas.


Por fim flores e rendilhados esculpem também as janelas e decoram a capela do fundador.

A IGREJA

Fiquei impressionada com as dimensões da igreja: 22 metros de largura, 83 metros de comprimento e 32 metros de altura na nave central.

A igreja abriga cinco capelas, com a Capela-Mor situada no centro, adornada com vitrais manuelinos de 1514.

Os vitrais iluminam toda a igreja e retratam cenas da Anunciação e do Nascimento de Cristo, sendo que alguns ainda estão preservados desde a época da construção, embora tenham passado por restaurações ao longo dos anos.

Por último o teto apresenta uma cobertura gótica com abóbadas de cruzaria.

CAPELA DO FUNDADOR



D. João I ordenou a construção da Capela do Fundador com a finalidade de ser o primeiro panteão real, um monumento arquitetônico dedicado à memória de pessoas ilustres. A capela foi finalizada em 1434, um ano após sua morte.

A capela possui uma forma quadrada. No centro, encontra-se o túmulo de D. João I e sua esposa Filipa de Lencastre. A beleza da cobertura é destacada por uma abóbada estrelada de oito pontas, adornada com dois anjos segurando o escudo real. No túmulo, encontram-se as estátuas dos soberanos. Além disso, há inscrições laterais em latim que descrevem suas obras. Nas paredes ao redor, estão localizados os túmulos de seus filhos e de outros três reis: D. Afonso V, D. João II e D. Duarte.

CLAUSTRO REAL OU DE D. JOAO I

Este maravilhoso claustro também fazia parte do projeto com a Igreja e a Capela do Fundador.

Ainda mais a beleza da decoração dos arcos com rendilhados em estilo manuelino é impressionante, sendo este provavelmente o local onde essa tendência de construção teve início.

Em suma eram os bons tempos da monarquia mais rica do mundo.

SALA DO CAPÍTULO

A Sala do Capítulo apresenta o mais impressionante trabalho de decoração, destacando-se especialmente pelo seu teto com abóboda estrelada de nervuras.

Contudo esta obra de arquitetura gótica é notável, projetada com uma área de 19 metros quadrados sem qualquer suporte central. Um feito histórico da sua construção é que o mestre Afonso Domingues, mesmo completamente cego, coordenou tudo até a remoção dos suportes.

Além disso uma curiosidade interessante é que ele considerava esta sua obra-prima e permaneceu no local por três dias e três noites, desafiando que a estrutura não caísse, sob pena de sua própria vida. Todavia a estrutura nunca caiu e hoje é admirada por todos.

Acima de tudo os vitrais também são impressionantes, com cenas da Paixão de Cristo datadas de 1514.

Nesta sala, encontra-se o túmulo do Soldado Desconhecido, honrado com uma guarda de honra permanente.

Museu de Oferendas ao Soldado Desconhecido.

CLAUSTRO DE D. AFONSO V

Posteriormente D. Afonso V ordenou a construção deste claustro, finalizado em 1477. Em sintese esta estrutura é conhecida por sua simplicidade, composta por dois pisos. As galerias são adornadas com abóbadas de cruzaria e arcos. Enfim no segundo piso, há um alpendre com parapeito e contrafortes que se estendem até o beiral.

CAPELAS IMPERFEITAS

Definitivamente aqui está o local que mais me impressionou. Esta construção foi encomendada por D. Duarte, que também planejou um panteão funerário para si e seus sucessores. Logo fiquei maravilhada com o pórtico de acesso, com sua beleza e detalhes, totalmente elaborado no estilo manuelino.


No entanto, a partir de 1533, a construção começou a desacelerar devido a diversos motivos, incluindo restrições financeiras, desse modo resultou na obra permanecer inacabada.

Portanto o complexo possui um pátio central octogonal, com sete capelas destinadas aos túmulos do monarca e seus descendentes, embora esses túmulos só tenham sido transferidos para o local no século XX.

ESTATUA DE D. NUNO ALVARES PEREIRA

No centro da praça ao lado do mosteiro, encontra-se a estátua equestre em bronze de D. Nuno Álvares Pereira.

Esta homenagem ao militar destaca sua vitória à frente de um pequeno exército de 6500 portugueses e aliados ingleses contra os 31000 soldados de Castela, crucial para a defesa da independência de Portugal. Por seu papel nessa batalha, foi nomeado conde de Arraiolos e Barcelos.

Como resultado foi canonizado pelo Papa Bento XV em 2009, tornou-se conhecido como São Nuno de Santa Maria e é também o patrono da infantaria portuguesa.

Igreja da Matriz da Exaltação da Santa Cruz

Por fim ao lado do mosteiro, na pequena localidade, encontra-se a Igreja Matriz da Exaltação da Santa Cruz, construída por ordem do rei D. Manuel I entre 1514 e 1532.

Dessa forma a decoração da igreja contou com a participação de artistas que estavam envolvidos na ampliação do mosteiro.

INFORMAÇÕES

COMO CHEGAR

A partir de Lisboa

  • Ônibus:
    • Tempo: 2 horas
    • Custo: €12
  • Taxi:
    • Tempo: 1 hora e 40 minutos
    • Custo: €70
  • Trem + Ônibus (saindo de Fátima):
    • Custo: €40
  • Carro:
    • Custo: €30

Existem algumas excursões que incluem o Mosteiro no roteiro.

Endereço:    Largo Infante Dom Henrique, 2440-109 Batalha, Portugal

Horários:      todos os dias das 9 às 17:30 horas.

Ingresso:  €utilizamos o getyourguide